UFFS - EGRESSO DA UFFS CONQUISTA PRÊMIO NACIONAL DO CNPQ

Projeto sobre produção de
etanol a partir de resíduos agroindustriais rendeu a Fábio Stefanski o 18º
Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica
(14/07/21) ERECHIM/RS - O
acadêmico Fábio Spitza Stefanski, egresso do curso de Engenharia Ambiental e
Sanitária da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim, acaba
de ser anunciado como um dos três vencedores do 18º Prêmio Destaque na
Iniciação Científica e Tecnológica – Categoria Bolsista de Iniciação
Científica, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
Atribuído anualmente, o prêmio
tem por objetivo reconhecer os bolsistas de iniciação científica e tecnológica
que se destacaram no ano anterior sob os aspectos de relevância e qualidade do
seu relatório final. A honraria foi instituída pelo CNPq em 2003 e conta com a
parceria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da
Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Fábio se formou na UFFS em
novembro de 2020. Ele conquistou o prêmio na área de Ciências Exatas, da Terra
e Engenharias, com o trabalho “Produção de etanol de segunda geração a partir
de resíduos agroindustriais em sistemas com altas concentrações salinas na presença
de ácido acético”. Na entrevista abaixo, ele fala sobre os detalhes de sua
pesquisa e a emoção com o anúncio do prêmio.
Do
que se trata exatamente o projeto?
Na verdade, ele é uma fatia de
um grande projeto sobre biocombustíveis. Neste estudo, foi investigada a
capacidade de microrganismos selvagens em produzir etanol na presença de água
do mar e ácido acético (um inibidor do processo). Para isso utilizamos resíduos
agroindustriais, como resíduo de laranja industrial e hidrolisado do bagaço de
cana-de-açúcar, como substratos de fermentação. Estes resíduos agregam valor
substancial aos processos biotecnológicos, pois promovem a gestão sustentável
do material, reduzem a competição com culturas alimentares e são ainda uma
valiosa fonte de reserva energética.
Já a água é uma parte
essencial na transformação de matérias-primas em biocombustíveis. A expansão do
setor, que cresce ano após ano, gera uma preocupação com os recursos hídricos
de água doce. Atualmente, são necessários 9,8 litros de água para produzir 1
litro de etanol. Segundo previsões da Agência Internacional de Energia (IEA),
em 2030 a pegada hídrica anual global no setor de biocombustíveis será 10 vezes
maior que em 2005. Ou seja, essa pressão extra pode gerar conflitos e impactar
o fornecimento de água para outros setores da sociedade no futuro. Nesse
sentido, a água do mar, por ser um recurso abundante e representando 97% da
água total no mundo, também foi uma das justificativas de investigação nesta
pesquisa.
Como
aconteceu a sua vinculação ao projeto?
Nosso grupo de pesquisas na
UFFS trabalha já há algum tempo com o tema. Tive a oportunidade, durante minha
bolsa de Iniciação Científica (IC) com bioherbicidas, de interagir e participar
de pesquisas relacionadas com bioetanol, contribuir no desenvolvimento de
capítulos de livros e um livro, além de participar de minicursos e eventos
científicos dentro e fora da instituição, nos quais fui me familiarizando com o
tema. Depois, em conversa com minha orientadora, fui convidado a participar na
cocriação deste projeto, o qual tive um auxílio muito importante de uma colega
de pós-graduação, a Charline Bonatto, a quem eu também divido esse mérito.
A
partir de que momento do curso você se interessou pela iniciação científica
(IC)?
Meu interesse pela pesquisa
começou no 5º semestre da graduação, quando comecei a atuar de forma voluntária
no Laboratório de Microbiologia e Bioprocessos (LAMIBI) da UFFS. A professora
Helen Treichel, coordenadora do LAMIBI, foi quem me possibilitou este primeiro
contato com a iniciação científica. Ela me apresentou e me acolheu no seu grupo
de pesquisa, onde comecei a participar de alguns projetos auxiliando graduandos
e pós-graduandos na realização de experimentos. A partir deste momento tive a
certeza que era neste ambiente, fazendo pesquisa, que gostaria de continuar
trabalhando e pesquisando. Nos anos seguintes fui contemplado com duas bolsas
de iniciação científica com fomento do CNPq. A primeira na área de
bioherbicidas, na qual utilizei a bagagem de conhecimentos para posteriormente
desenvolver meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e a segunda na área de
biocombustíveis, com a qual veio o prêmio.
O
que a iniciação científica te proporcionou?
Pude amadurecer muito minha
visão e raciocínio crítico, o trabalho em equipe, a resiliência, a atenção e a
capacidade de organização, que acredito serem muito importantes e fundamentais
para o desenvolvimento pessoal e profissional.
O
que significa para você esse prêmio?
Tem um significado muito
amplo, pois este mérito não é só meu, mas sim do esforço, empenho e dedicação
de uma equipe que teve participação fundamental na evolução gradual e constante
do projeto. Receber um prêmio destes é, sem dúvida, revigorante, pois mostra
que estamos acertando em muito nas nossas escolhas. Esse reconhecimento nos faz
acreditar que, como grupo, estamos trabalhando e nos preocupando com a
investigação de problemas certos, a fim de reproduzir as respostas de nossas
pesquisas para benefícios em prol da sociedade. Por isso divido esse
reconhecimento com toda equipe de biocombustíveis do LAMIBI, entre os quais
estão pesquisadores, professores e técnicos, pois sem eles, não chegaríamos até
aqui. Esse prêmio também é de vocês!
O
que você está fazendo atualmente e quais seus planos?
Estou participando de alguns
trabalhos em conjunto com a equipe do LAMIBI. Tenho planos de ingressar em um
mestrado nos próximos meses, por isso venho pesquisando sobre alguns programas
de pós-graduação e buscando entender o que fazem. O que posso dizer é que
pretendo sim continuar na área da pesquisa.
Créditos
da foto anexa: Jaqueline Anhaya.
Wagner
Lenhardt
Jornalista
Assessoria
de Comunicação (Ascom)
Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim
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